17 de mai. de 2015

Abrir o coração e aprender a amar


O meu mandamento é este: Amai-vos uns aos outros.
Jesus, segundo João.

É possível que só exista uma pergunta que os buscadores precisam perguntar a si mesmos: “Amo muito ou pouco”?
Desde o início dos tempos, homens e mulheres de coração nobre e grandioso vêm estimulando a humanidade a amar uns aos outros. Certa vez, o Dalai Lama disse: “Se quiserem a felicidade do próximo, pratiquem a compaixão. Se quiserem ser felizes, pratiquem a compaixão”. Madre Teresa de Calcutá disse: “Não é o que fazemos que importa, mas o amor que depositamos no que fazemos. Não é quanto damos que importa, mas o amor que depositamos na ação.
Então, percebemos que aprender a amar é a meta da vida espiritual. O amor é a verdade. O amor é a luz.
Em que você pensa quando pensa no amor? Nas pessoas que ama – seus filhos, seu parceiro amoroso, seus amigos? Pensa nas coisas que ama? Desfrutar a natureza, pescar, sentar no seu jardim?
Quando dizemos que amamos algo ou alguém, o que geralmente queremos dizer é que amamos o que esse algo ou alguém nos faz sentir. Podemos dizer que amamos determinada pessoa, mas ao analisar melhor, o que realmente amamos? Na verdade amamos o que sentimos por estar com esse algo ou alguém.
Ao percorrer o caminho espiritual, estamos tentando compreender melhor o que significa o amor; estamos aprendendo a abrir o coração e a cultivar uma espécie de amor mais profundo, menos egocêntrico, mais fidedigno e mais abrangente.
Todas as tradições religiosas e espirituais têm santos e santas que inspiram amor pela sua capacidade de amar. Madre Teresa de Calcutá, o Dalai Lama, São Francisco de Assis, Rumi, Kabir Santa Teresa d’Ávila e outros... Em todas as culturas, em todos os tempos, em todos os lugares, existiram gigantes espirituais que caminhavam entre nós. Alguns podem nunca ter sido reconhecidos ou canonizados por nenhum grupo religioso formal, mesmo assim seu comportamento revelava santidade. E a qualidade que esses gigantes espirituais representavam era o amor.
Percorrer o caminho espiritual significa que estamos tentando aprender a amar incondicionalmente. Acho que os buscadores às vezes tendem a se condenar por não haver dominado totalmente o amor incondicional. Mas quem é capaz de amar como Deus? Somos seres humanos tentando compreender e cultivar o que significa sentir o amor divino. Precisamos, então, começar com metas pequenas e realistas.
Madre Teresa disse: “Não podemos fazer grandes coisas. Só podemos fazer pequenas coisas com muito amor”. Madre Teresa tinha menos de um metro e meio de altura, contudo era um gigante espiritual. Ela também disse: “O que estamos fazemos é só um pingo no oceano, mas se esse pingo não caísse no oceano, acho que o oceano seria menor por causa da falta desse pingo”.
Perceba... Precisamos realizar nossas intenções procurando maneiras pequenas e concretas de demonstrar nosso amor pelos seres que cruzam nosso caminho. Ao tentar aumentar nossa capacidade de amar, temos de praticar o amor. Mas como praticar o amor?
Vivemos num mundo pleno de injustiças. Algumas delas parecem dirigir-se diretamente para nós e, frequentemente reagimos levando-as para o lado pessoal. “Fizeram uma maldade comigo”. “Marta foi insensível! Me deixou plantado na chuva outra vez”. “João me trocou por outra”.
E as injustiças enormes desse mundo – tão horríveis que chega a ser difícil imaginá-las? Hittler, nascidos na Argélia, Bósnia, Ruanda, Camboja ou em dezenas de outros lugares onde o ódio governa e prevalece. Como esquecer o Apartheid?
Perdão e paciência diante do mal são uma questão difícil. Quem consegue compreender as exibições inacreditáveis de crueldade que acontecem diariamente à nossa volta¿ Mas cada ato de perdão, é naturalmente, um ato de amor. Também é um ato de libertação da sabedoria; liberta a alma e o espírito dos fardos pesados e deixa livres para experimentar mais uma vez o momento presente, deixando de lado as ponderações sobre o passado e futuro. É um milagre interno que todos temos o poder de realizar.
Quando somos incapazes de perdoar, sofremos as consequências. Pagamos um preço terrível pelo ódio, pela ira, pelo ressentimento e pela raiva. Tanto a saúde física quanto a emocional sofrem com isso. Todos precisamos da capacidade de perdoar.
É difícil perdoar Adolf Hittler, Idi Amin e outros, mas tentamos perdoar uma humanidade que permitiu o florescimento do ódio que se concentra no nazismo, no racismo ou em qualquer outra forma de ódio. Precisamos perdoar nossa própria participação nisso.
Lembrar as muitas injustiças e crueldades deste mundo ajuda-nos a nos tornarmos mais conscientes do nosso próprio comportamento e dos nossos pensamentos.

A mensagem que fica é:
Se realmente abominamos a desumanidade do homem com a humanidade, como sempre dizemos, então precisamos nos empenhar em arrancar pela raiz da nossa própria mente e coração todas as formas de ódio e preconceito. Isso é certamente necessário para a nossa paz e nosso bem estar, bem como para promover a paz mundial. Isso faz parte do amor.

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